Fergie time
O Manchester United de Ruben Amorim orquestrou uma épica reviravolta nos minutos finais da partida e venceu o Manchester City por 2×1, com golos de Bruno Fernandes (87′) e Amad Diallo (90′). No final, o técnico português reagiu, mas não foi o único. Bernardo Silva e Pep Guardiola, do lado dos citizens, não esconderam a frustração.
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Ruben Amorim estava naturalmente feliz. “Foi incrível! Merecemos isto pois acreditámos até ao fim. Precisávamos desta vitória, foi importante para nós e para os adeptos“, referiu o técnico de 39 anos. “Apareceu o Fergie Time, juntámos as peças e algo de mágico sucedeu. Temos que dar seguimento, ainda há muito para fazer”, completou.
O treinador português mostrou-se assim conhecedor de um conceito mítico no imaginário dos red devils, referindo-se aos jogos nos quais a equipa comandada por Alex Ferguson conseguia alcançar a vitória nos segundos finais da partida. No fundo, algo semelhante à “estrelinha” que, noutros tempos, acompanhava também Ruben Amorim.
Como os sub-15
Já Bernardo Silva acredita que o City foi bem penalizado, embora merecesse vencer o encontro. “A ganhar 1×0, ao minuto 87 de um derby, um canto a nosso favor acaba num penálti para eles? Se tomamos estas decisões estúpidas a três minutos do fim merecemos pagar por isso. Olhando para o jogo, penso que havia só uma equipa que poderia ganhar“, disse o médio.
O português, na sua 8ª época ao serviço do Manchester City, foi ainda mais longe. “Não se trata de apenas um jogo, mas de muitos. Temos de olhar para aquilo que estamos a fazer. Podemos dizer que é um pouco de azar, mas não. São as decisões que tomamos. Hoje, no último minuto, jogámos como os sub-15“, atirou, com revolta.
Com este resultado, o Manchester City cai para a 5ª posição da tabela da Premier League, com 27 pontos. O Liverpool, líder e com menos um jogo, tem 36. Já o Manchester United continua no 13º posto, com 22 pontos, mas a apenas 5 dos lugares europeus – e do rival de Manchester.
Ruben Amorim e Pep Guardiola cumprimenta-se após o final do jogo entre Manchester City e Manchester United. Foto: Imago
“A culpa não é do Matheus”
Por seu lado, Pep Guardiola mostrou-se desolado e reconheceu não conseguir encontrar soluções para mudar a maré negra do City, que venceu apenas um dos últimos 11 jogos disputados. O espanhol defendeu ainda Matheus Nunes, que cometeu o pénalti convertido por Bruno Fernandes e que deu origem, então, ao empate.
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“Não fui suficientemente bom. Sou eu o treinador, tenho de encontrar soluções e ainda não consegui. Essa é a realidade. Nós queremos jogar melhor, criar oportunidades, mas neste momento não está a ser possível. Mas a culpa não é do Matheus, pois jogou muito bem numa posição que não é a dele”, vincou Pep.
A imprensa internacional reagiu, naturalmente, à vitória do Manchester United na casa do rival. “Golpe mortal”, diz o Diario AS espanhol. “Amad Diallo e Manchester United fazem KO ao City com uma brutal reviravolta”, atira a Marca. Em Inglaterra, vários trocadilhos com o nome do costa-marfinense. “Are you A-mad?“, perguntam, uma referência à frase “are you mad?” [estás maluco?].