Arsenal, United e as bolas paradas na Premier League
A Premier League vê um novo “rei do pontapé de canto”: o Arsenal, que derrotou o Manchester United de Ruben Amorim em duas jogadas de bola parada. Sob o comando de Mikel Arteta, os gunners tem se mostrado letais em seus lances ensaiados, tanto em livres quanto em cantos. Mas como e por que a equipa de Londres passou a ser chamada de “novo Stoke City”?
A comparação deve-se ao treinador Tony Pulis, que comandou a modesta equipa inglesa entre 2002 e 2013, em duas passagens pelo clube. A principal arma do técnico galês eram as bolas paradas. Segundo a BBC Sports, a média de golos deste tipo do Stoke City era de 43,1%, entre 2008 e 2013. Mas, agora, é outro o emblema que aterroriza os adversários dessa maneira.
“Arsenal é o novo Stoke City, dependem das bolas paradas para vencer”, disse o ex-avançado Dimitar Berbatov à Amazon Prime Sports. O selecionador de Portugal concorcou com o antigo internacional da Bulgária: “Todos nós sofremos com o Stoke. Acho que devemos dar o crédito e lembrar do Tony Pulis”, disse Roberto Martínez.
Como funcionam os cantos do Arsenal?
Desde o começo da época 2023/2024 até ao momento, o Arsenal é o clube que mais fez golos em pontapés de canto em toda a Europa: 22. A segunda posição fica com o Bayer Leverkusen de Xabi Alonso, com 17. Em Inglaterra, quem vem depois dos gunners é o Manchester City, com 15. No total de bolas paradas, os jogadores de Arteta anotaram 30 golos nesta temporada, sem contar penáltis. Ou seja, 25,2% dos 119 golos marcados, de acordo com a BBC.
Nos cantos, a estratégia é simples. Seis jogadores ficam atrás do segundo poste. Ao sinal do cobrador, cinco deles vão rumo à primeira baliza entre os defesas adversários, a rodear o guarda-redes. Enquanto isso, dois jogadores posicionam-se à entrada da grande área, para reter marcadores e dar espaço na pequena área. Essa foi a estratégia que fez o Manchester United de Rubem Amorim sofrer na derrota por 2-0 no Emirates Stadium.
Mikel Arteta e Nicolas Jover, técnico de bolas paradas do Arsenal. Foto: Imago
Nicolas Jover: o estrategista
O extremo canhoto Bukayo Saka e o médio destro Declan Rice destacam-se neste plano. São eles os cobradores de cantos do Arsenal. Cada um conta com sete assistências neste tipo de jogada de bola parada desde o começo da última época. São os líderes de estatística neste quesito.
Mas o mestre por trás da estratégia não é Mikel Arteta. Quem cuida desses planos é o francês Nicolas Jover, velho conhecido na Premier League, treinador de bolas paradas do Arsenal. O mister espanhol havia sido responsável por levar Jover ao Manchester City em 2019. Dois anos depois, quando estava no Emirates, o ex-assistente de Guardiola o levou para Londres.
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Ao fim da partida, Ruben Amorim avaliou o sistema usado pelo Arsenal frente ao United na Premier League. “Incrível, especialmente a maneira como eles mudam os jogos, porque muitas vezes eles não estão a dominar“, afirmou à Amazon o antigo técnico do Sporting. “Se eles têm um canto, eles podem marcar (golos)”.