Os elogios de Carlos Queiroz a Cristiano Ronaldo
O antigo selecionador nacional Carlos Queiroz esteve presente no fórum da Associação Nacional de Treinadores e alertou para a necessidade de haver uma preparação da seleção depois da reforma de Cristiano Ronaldo, um dos melhores jogadores de sempre no futebol.
“Ainda temos as ilusões que os últimos anos nos habituaram, mas acho que estamos próximos de um momento muito crítico. Mais cedo ou mais tarde, vamos ter de enfrentar a decisão da saída de um jogador genial, que marcou o futebol português, o Cristiano”, começou assim por referir.
“As grandes decisões para o futuro têm de ser tomadas agora para evitar que a seleção entre num declínio. Temos uma nova geração que pode ser garantia de sucesso, mas, se entrarmos em declínio, voltar ao topo torna-se mais difícil”, salientou o ex-campeão mundial de sub-20 com Portugal, em 1989 e 1991.
Arrepios: 👍! 120 mil pessoas a cantar o hino antes da conquista histórica dos Sub-20 no Mundial de 1991! 😍 Estiveste lá? #TodosPortugal
“Termos 300 ou 400 mil jogadores efetivos”
Para tal, o técnico luso pede então uma visão mais abrangente da formação de jogadores: “Temos de recapitular todo o processo de formação de jogadores e deteção dos clubes. É preciso ter decisões mais abrangentes no potencial de jogadores que chegarão à seleção. Há que igualmente rever os quadros competitivos para tornar os jogadores mais dinâmicos”, disse.
Carlos Queiroz: “I think we are approaching a very critical moment. Sooner or later, we will have to face the decision to leave behind a great player who has left his mark on Portuguese football, Cristiano. Big decisions for the future must be made now to prevent the team from…
“Temos também de aumentar o número de jogadores em Portugal. Não vejo nenhuma razão para não termos 300 ou 400 mil jogadores efetivos. Quantos mais forem, mais poderemos esperar que a genética das mães e pais de Figo e Ronaldo continue por aí“, analisou assim o ex-adjunto do Manchester United, onde foi assistente de Sir Alex Ferguson entre 2002 e 2008, além de ter sido treinador principal do Real Madrid em 2003/24.

Alex Ferguson, Cristiano Ronaldo e Carlos Queiroz, respetivamente, em 2008 e juntos nos red devils. Foto: Alex Livesey/Getty Images.
“O primeiro treinador da história do futebol…”
Portanto, como ex-red devil, Queiroz é conhecedor da realidade do clube inglês e falou do percurso de Ruben Amorim: “Este momento lembra-me o período do declínio que nós passámos em 2004. O Manchester é um clube com características especiais, uma cultura muito própria, envolvido com a mentalidade e o ambiente da classe trabalhadora. Ao longo dos últimos anos, o clube deixou de estar acima de tudo e todos, logo, reverter isto demora tempo“, afirmou.
“Vários grandes treinadores que chegaram depois de Ferguson não perceberam a filosofia do clube e o legado do passado técnico. Quando Ferguson sai, não é uma ameaça, porque aposentou-se e não havia o risco de que voltasse para o mesmo lugar. Nenhum treinador tinha de sentir esse peso ou sentir-se ameaçado. Aliás, penso que os sucessores tentaram esquecer o passado ao invés de aproveitá-lo“, opinou o também ex-Sporting.

Veja também
Cristiano Ronaldo fala sobre Lionel Messi, compara MLS com a Liga Saudita e atira: “Sou o…”
Por fim, questionado sobre o seu futuro, o treinador de 72 anos revelou que tem recebido muitas propostas. Contudo, ainda não sabe se regressa aos bancos, deixando a decisão para junho: “Na próxima fase, tinha em mente ser o primeiro treinador da história do futebol a conseguir cinco classificações para o Mundial. Mas, quando a FIFA fez a reestruturação para englobar tantas seleções, acho que o difícil agora é não se classificar e tirou-me um pouco esse desafio“, concluiu.