Uma análise de um Sporting que passa por mudanças estruturais
O Sporting começa a época de uma maneira diferente. Já não há mais Ruben Amorim no banco de suplentes. Já não há mais Hugo Viana no departamento de futebol. Já não há mais Viktor Gyokeres no relvado. A espinha dorsal do bicampeão nacional sofreu duras mudanças estruturais para a época 2025/2026.
Amorim rumou a Manchester em passado novembro, mas Rui Borges voltou a utilizar o 3x4x3 característico (e consolidado) do antecessor. Viana também se mudou para a cidade inglesa, mas para trabalhar ao lado de Pep Guardiola, embora deixou a herança da construção de uma equipa vencedora.

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Gyokeres, então, protagonizou uma das principais novelas do verão. O adeus ao goleador dominante que marcou uma época nos leões não se deu como os adeptos gostariam. De uma “greve silenciosa” à não reapresentação à pré-época. O sueco, finalmente, transferiu-se ao Arsenal após entrar para a história leonina.
O Sporting vai conseguir o tricampeonato?
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Para a nova época, o principal ponto de interrogação é: como será o Sporting sem Gyokeres? Sem os incríveis 54 golos da última temporada, com uma média superior a um golo por partida? O antigo camisola 9 transformava jogos em vitórias. Descomplicava partidas com o seu instinto artilheiro. E comandou o Sporting a uma dobradinha com os títulos da Liga Portugal e Taça de Portugal.
Rui Borges: à procura de colocar o seu ADN
Rui Borges já sabia que poderia não contar com Gyokeres na nova época. O treinador mostrou-se hábil a utilizar o sistema de Amorim que consagrou o sueco: o 3x4x3 letal, de transições rápidas, grande intensidade com a bola e pressão na recuperação. Devolveu a confiança do grupo abalada após a saída do antigo mister e do equívoco na aposta em João Pereira.

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Depois dos títulos, um recomeço em 2025/2026. Rui Borges não escondeu que vai colocar o seu ADN nesta temporada: o 4x2x3x1. Sem alas, Pedro Gonçalves a 10, o regresso a uma linha de quatro defesas. A tentativa em reduzir a dependência de um goleador, bem como a de criar o “seu” Sporting. Uma escolha que requer tempo de adaptação e levanta dúvidas nos adeptos leoninos.
Mercado em Alvalade
Diferente de Benfica e FC Porto, o Sporting já tinha encaminhado acertos com dois reforços ainda com a época passada a decorrer. O extremo Alisson Santos chega para ocupar a lacuna de Biel, emprestado ao Atlético Mineiro. O médio-centro Giorgi Kochorashvili desperta grande expectativa após se ter destacado no Euro 2024 com a Geórgia.
No entanto, o principal nome que aterrou em Alvalade é o do colombiano Luis Suárez. O avançado chegou do Almería, da Espanha, como o substituto imediato de Gyokeres. Um peso além da conta para o novo homem-golo sportinguista. Prevê-se uma disputa interna entre Suárez e Harder.

Giorgos Vagiannidis, ex-Panathinaikos, está chegando a Alvalade. Foto: Getty Images
Sem anunciar, o Sporting já garantiu dois novos laterais: Georgios Vagiannidis para a direita e Ricardo Mangas para a esquerda. Uma vitória para Rui Borges, que terá à disposição mais opções para a defesa. Por conta disso, nomes como o de Ricardo Esgaio e Matheus Reis correm risco de sair ainda este verão. Na baliza, Franco Israel e Kovacevic despediram-se e João Virgínia voltou.

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O sonho do tricampeonato
Novo esquema tático. Novo homem-golo. “Novo” Alvalade. O Sporting arrancou para a temporada 2025/2026 com um gosto amargo da derrota no Algarve (0-1) com o Benfica na Supertaça. No entanto, a ambição permanece inalterada: o sonho do tricampeonato nacional que não acontece há mais de 70 anos. A permanência no topo poderá ser a conquista mais saborosa desta geração.