Abel Braga na bronca com Ancelotti
Carlo Ancelotti será o primeiro treinador estrangeiro a comandar a Seleção Brasileira em uma edição de Copa do Mundo, e apesar de muitos nutrirem boas expectativas em torno do trabalho do multicampeão no escrete, Abel Braga parece não muito otimista para 2026.
Em entrevista ao Globo Esporte, o treinador com passagens por Fluminense, Internacional e outros clubes de expressão pelo país, não escondeu o incômodo por um gringo estar à frente da Seleção e foi enfático ao apontar que o hexa não virá com o treinador italiano.
“Me incomoda. Não estou falando da qualidade do cara, todo mundo que o conhece pessoalmente diz que ele é muito bom. Só que você abre o paletó e a pele não é verde e amarela. Espero estar errado, mas eu não acredito que vamos ser campeões mundiais. Ainda vai esperar mais um pouco. Essa outra leva, com Endrick, Estêvão, esses caras vão conquistar. São todos fora de série”, avaliou Abel Braga.
Abel Braga trabalhou pela última vez como técnico em 2022, no Fluminense (Foto: Wagner Meier/Getty Images)
Um trato diferente
Ainda na entrevista, o ex-treinador questionou Ancelotti pela partida de estreia na Seleção Brasileira, em julho, diante do Equador. Na avaliação dele, se o escrete fosse comandado por um brasileiro, a imprensa trataria as manchetes pós-jogo totalmente diferente, tecendo inúmeras críticas, algo que não foi feito com o comandante italiano.
Nesta terça-feira (09), Ancelotti fará o quarto jogo sob o comando da Seleção Brasileira, enfrentando a Bolívia, na altitude de quase 4.000 metros, pela última rodada das Eliminatórias. O embate vale a manutenção da invencibilidade do treinador no cargo.
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Ciclo turbulento
Antes de oficializar Ancelotti como treinador do Brasil, a CBF protagonizou novelas e incertezas na preparação do ciclo de 2026. Mesmo com Tite já sinalizando que antecipadamente que deixaria a função após a disputa da Copa do Qatar, a entidade demorou a se movimentar, e teve treinadores interinos e passou por trocas neste período.
Em um primeiro momento, Ramon Menezes chegou a comandar a equipe em amistosos. Posteriormente, Fernando Diniz, em meio à novela da CBF com Ancelotti, foi acionado como treinador provisório, chegando a dividir atenções com o Fluminense, clube que comandava à época. Desligado de forma surpreendente do cargo, ele deu lugar para Dorival Júnior, que chegou como efetivo e visto como o treinador para a Copa.
Contudo, o desempenho aquém das expectativas nas Eliminatórias e na Copa América minaram a sequência do comandante, com a goleada sofrida diante da Argentina figurando como o estopim. No paralelo de indefinições e polêmicas nos bastidores da entidade com o antigo presidente, Ednaldo Rodrigues, Ancelotti enfim foi contratado.
