“Não pensei duas vezes”

David Neres, extremo brasileiro que saiu do Benfica para o Nápoles no último mercado de transferências de verão, recordou os motivos que o levaram a mudar-se para Itália, após duas épocas ao serviço das águias.

O Benfica fez bem em ter vendido Neres?

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Numa entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, na qual abordou diversos temas, não só explicou os motivos da sua saída, como também deixou algumas palavras positivas sobre Antonio Conte e Khvicha Kvaratskhelia.

“Até àquele momento, tinha jogado em equipas de topo, mas não em ligas fortes como a italiana. O Nápoles deu-me, portanto, essa oportunidade. Não pensei duas vezes, é um clube com um projeto”, começou assim por referir.

“Fiquei parado até aparecer o Benfica”, revela David Neres

Antes disso, o internacional pelo Brasil falou sobre o período conturbado na Ucrânia e a chegada ao Benfica: “Quando cheguei ao Shakhtar, senti-me muito bem, estava pronto e com o Roberto De Zerbi treinei-me bem. Mas depois a guerra interrompeu tudo e houve um longo período sem jogos. Por isso, regressei ao Brasil”, contou.

“No início, quase senti que me tinha retirado do futebol. No primeiro mês diverti-me, depois comecei a aborrecer-me. Fiquei parado até aparecer o Benfica, mas pareceu-me uma eternidade“, acrescentou o antigo extremo encarnado.

David Neres tem 24 jogos, três golos e cinco assistências com o Nápoles, até agora. Foto: Francesco Pecoraro/Getty Images.

Após duas temporadas de águia ao peito, o jogador de 28 anos rumou à Serie A. Entretanto, os elogios são vários para o seu atual treinador Conte: “Muito bom! Ele exige muito de cada jogador. Para mim é perfeito, porque quando um treinador não é exigente, tenho tendência para relaxar. Ele dá-nos a conhecer o melhor, estimula-nos e motiva-nos como ninguém. Contudo, também nos repreende e isso aconteceu-me duas semanas depois de chegar”, revelou.

Convidado a abordar esse mesmo episódio com o técnico italiano de 55 anos, disse: “Tínhamos jogado um particular e digamos que eu não estava empenhado. Ele chamou-me à parte de forma clara e direta. Naquele momento percebi com quem estava a lidar e como deveria comportar-me. [Treinos] São os mais duros que já fiz. Corri mais nestes seis meses do que em toda a minha carreira até agora“, mencionou, então, Neres.

Por fim, questionado sobre se poderia ser considerado o “herdeiro” de Kvaratskhelia, atirou: “Sou David Neres, nascido em São Paulo, que cresceu com o mito de Messi e Ronaldinho. O Kvara é um jogador de topo e um desses jogadores fundamentais para um clube. Sem dúvida, como pessoa e como amigo, lamentei a sua saída“, concluiu.