“Só há duas equipas secundárias no mundo campeãs da segunda liga…”
Luís Castro, desde que saiu do Al-Nassr de Cristiano Ronaldo, ainda não voltou a treinar. Numa entrevista à RTP, percorreu vários momentos da carreira, desde os tempos de jogador até aos troféus conquistados em vários países. O técnico luso conseguiu chegar à formação do FC Porto e, nos azuis e brancos, esteve cerca de dez anos entre formação e equipa B, com a qual foi campeão na Liga 2. Ademais, esteve alguns meses como treinador interino da equipa principal.
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Passados alguns anos com outras experiências em Portugal, virou-se mais para o estrangeiro e rumou aos ucranianos do Shakhtar Donetsk. Após isso, foi para os cataris do Al-Duhail, antes de estar duas épocas a bom nível no Botafogo e onde poderia ter sido campeão brasileiro. Contudo, apareceu a equipa saudita, da qual foi despedido em 2024 e está atualmente sem um projeto.
Luís Castro é treinador interino: bit.ly/1g0gzVf.
Sobre os tempos na equipa secundária dos dragões, relembrou: “Só há duas equipas secundárias no mundo campeãs da segunda liga. Uma é a do Real Madrid, o Castilla, há 30 anos. A outra somos nós. Quer dizer, nós não, eles, os jogadores. São os jogadores que fazem a nossa carreira“, corrigiu.
“Fui treinar jogadores de classe mundial”
Sobre a primeira época do Shakhtar (onde foi campeão), afirmou: “Nessa altura, o Paulo Fonseca sai. Ele tinha a equipa bem organizada e um método muito bom. O presidente queria uma mistura perfeita entre jovens e experiência. Chegámos a uma meia-final da Liga Europa, que é de lembrar por um lado e esquecer por outro lado. Cometi um erro estratégico com o Inter e foi fatal. Arrisquei cedo demais e não tive paciência”, recordou assim o treinador português de 63 anos.
Já com o emblema do Botafogo ao peito, estava na liderança do campeonato após uma boa primeira época, mas surgiu o convite do Al-Nassr: “Tomei a mesma decisão do que quando saí do Vitória SC, do Chaves e do Al-Duhail. Há oportunidades que temos de pensar bem, porque se não a agarramos naquele momento não a voltamos agarrar. Fui treinar jogadores de classe mundial, como o Cristiano Ronaldo, o Mané, o Brozovic, Laporte, Telles ou Otávio“, salientou.

Castro e Ronaldo a cumprimentarem-se. Foto: Gualter Fatia/Getty Images.
O que é que Luís Castro disse sobre Cristiano Ronaldo?
“[Sobre poder ter perdido a oportunidade de vencer o Brasileirão] A vida é feita de perdas e ganhos. Logo, não podemos avaliar ao milímetro o que vamos perder e ganhar. Tinha saído do país e deixei o que mais gosto para trás. Gostava muito do Botafogo, dos adeptos e da liga, mas um novo desafio apareceu à frente e os desafios não têm timings. A questão financeira pesa em todas as pessoas e todas as decisões, mas a carreira e o prestígio também”, mencionou.
Cristiano Ronaldo was a monster under Luis Castro. 🤯
Sobre treinar Cristiano Ronaldo, disse: “Estar no mesmo espaço dos melhores é sempre um privilégio. Eu tive o privilégio de estar onde estava um jogador que fica na história do futebol mundial pelo que conquistou e representa. É facílimo trabalhar com ele. [Sobre se CR7 irá ao Mundial] Vai, ele cuida-se bem e trabalha bem. Ainda tem muitas qualidades para além dos golos, como uma liderança natural e energia positiva que respeito muito”, destacou, então, o luso.

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Por fim, umas palavras para o futuro: “Há objetivos que muitas vezes não são cumpridos. No entanto, gostava muito de dar o passo para a Premier League. Sei que é muito difícil, mas tenho o direito de sonhar, como tinha quando estava na quarta divisão e cheguei à Liga dos Campeões. Tenho igualmente o sonho de treinar uma seleção. Não necessariamente Portugal, mas uma seleção”, concluiu.