Os pormenores dados por Miguel Gonçalves, fisioterapeuta de Diogo Jota
Miguel Gonçalves, fisioterapeuta respiratório que acompanhava Diogo Jota, partilhou detalhes dos últimos dias do jogador antes do trágico acidente, em declarações para os meios de comunicação portugueses, como a RTP e o jornal Record. Durante cinco dias, esteve com o internacional português a tratar de um pneumotórax, uma condição pulmonar que o impedia de viajar de avião.
O tratamento decorreu com normalidade e, segundo o fisioterapeuta, Jota apresentava melhorias significativas: “Já não tinha dores e respirava praticamente como antes“. A última sessão decorreu poucas horas antes da viagem, na noite de quarta-feira (02). “Despedimo-nos à hora do jantar“, acrescentou, sublinhando igualmente a aparente normalidade do momento.

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Ademais, a recuperação visava restabelecer a capacidade pulmonar comprometida após o colapso parcial do pulmão direito. A equipa médica e o próprio jogador mostravam-se, pois, confiantes de que o regresso à atividade física dar-se-ia em breve.
Regresso por terra foi uma opção médica consciente
Por indicação clínica, Jota optou por evitar viagens aéreas, devido ao risco das alterações de pressão. A solução foi, portanto, um regresso a Inglaterra por via terrestre até Santander, com o ferry planeado para atravessar o Canal da Mancha. A viagem estava cuidadosamente planeada, com paragens para descanso e uma partida noturna para evitar o calor extremo.
Aliás, Miguel Gonçalves frisou mesmo que a decisão não foi tomada de forma precipitada: “Foi tudo pensado com responsabilidade e foco na segurança. O Diogo estava determinado, mas prudente”, contou. Esta informação contraria, portanto, determinadas especulações sobre imprudência ou pressa no regresso.

As homenagens a Diogo Jota têm-se multiplicado, seja dentro ou fora dos campos. Foto: Alexander Hassenstein/Getty Images.
“Não houve festas, excessos ou distrações”
O fisioterapeuta rejeitou mesmo qualquer tipo de hipótese de comportamentos irresponsáveis nas horas que antecederam o acidente. “Ele era um profissional exemplar. Não houve festas, excessos ou distrações“, vincou. O profissional de saúde reforçou, por fim, que o jogador estava motivado para regressar aos treinos e iniciar a pré-época com o clube.

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Portanto, todo este testemunho de Miguel Gonçalves, fisioterapeuta do antigo internacional português e ex-avançado do Liverpool, ajudou a traçar um retrato sereno e profissional dos dias que antecederam a tragédia. Para além disso, demonstrou o quão Diogo Jota era um atleta consciente e profissional, focado na sua recuperação e rodeado de apoio técnico e humano de qualidade.