“Se ele [Cristiano Ronaldo] não estivesse lá, eu não ia”
Na sua mais recente entrevista ao programa “Primeira Pessoa” da RTP, Jorge Jesus revelou mais sobre a sua carreira e vida pessoal. O atual treinador do Al-Nassr abordou alguns temas cruciais, desde a influência decisiva de Cristiano Ronaldo na sua transferência para os sauditas, até ao impacto emocional do ataque à Academia de Alcochete.
Em que lugar está Jorge Jesus nos melhores treinadores portugueses de sempre?
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Entre outros temas, recordou igualmente a sua infância, os sacrifícios familiares e os momentos mais marcantes nos clubes por onde passou, tais como Benfica, Sporting ou Flamengo. Eis assim mais declarações de uma personalidade que se tornou numa das figuras mais relevantes de sempre do futebol português.

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Cristiano Ronaldo e Al-Nassr: “O Cristiano Ronaldo foi decisivo para a minha vinda para o Al-Nassr. Se ele não estivesse lá, eu não ia. É um jogador que todos os treinadores gostariam de ter. Ele tem um impacto enorme dentro e fora de campo. Mas, em Portugal, infelizmente, ainda não sabemos valorizar devidamente que ele é e o que representa para o futebol mundial.”
De que forma Benfica e Sporting marcaram Jorge Jesus?
Benfica: “Ganhei dez títulos no Benfica e ninguém mais tem isso. Sei que muitos adeptos não me perdoaram por ter saído para o Sporting, mas eu dei tudo pelo Benfica. A minha relação com o clube é de respeito e profissionalismo. Ainda mantenho uma boa relação com o Rui Costa. Aliás, até vamos jantar amanhã para conversar um pouco.”
Sporting e Alcochete: “Fui agredido naquela noite horrível na Academia do Sporting. Vi os meus jogadores a serem agredidos. Foi um momento muito difícil para mim. Depois disso, nunca mais consegui ver um jogo do Sporting ao vivo. Aquele episódio partiu-me emocionalmente e foi, pois, um ponto de rutura que ainda me marca.”

Jorge Jesus e a sua atual equipa técnica. Foto: Al-Nassr.
“A minha primeira namorada foi a bola”
Flamengo e Brasil: “No Brasil, só depois de sair é que percebi a dimensão do que vivi no Flamengo. Os adeptos tratavam-me como um Deus. Jogar no Maracanã com 70 mil pessoas foi, sem dúvida, uma experiência inesquecível. Senti ali uma ligação única entre treinador e público.”
Liderança e mentalidade: “Um líder tem de saber impor limites. Portanto, não podes ser amigo de toda a gente, tens de dizer ‘não’ quando é preciso. Aliás, às vezes, não podes ter coração. A disciplina é o mais importante para criar uma equipa vencedora e a exigência tem de estar presente todos os dias.”

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Família e infância: “O meu pai era um herói para mim. Trabalhava em dois empregos para me apoiar. Eu tinha vergonha da roupa que levava, mas ele dizia sempre: ‘O que importa é jogares bem, isso é que conta’. A minha primeira namorada foi a bola. Desde pequeno que o futebol esteve na minha vida.”