Luís Figo conversa com Casillas
Luís Figo é um dos melhores de sempre do futebol português. Formado no Sporting, o médio rumou ao Barcelona e depois protagonizou uma transferência polémica para o Real Madrid. Nessa altura, que coincidiu com o pico da sua carreira, perseguiu um grande título com a seleção portuguesa, mas nunca o conseguiu conquistar.

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Em conversa com Iker Casillas no podcast Bajo Los Palos, Figo partilhou a sua perspetiva sobre a Liga Portugal, que considera um campeonato de crescimento e produção de talentos. Ele falou ainda do início da sua carreira e da forma como chegou ao Sporting, quando tinha 12 anos.
“Para um miúdo de 12 anos era uma loucura”
Luís Figo recordou os desafios do início de carreira em Portugal: “Tinha 12 anos e jogava numa equipa pequena na Margem Sul. Jogávamos num campo de futsal, perdíamos sempre, mas era uma alegria. Nesse ano a coletividade fechou e eu tinha muitos amigos no Sporting; diziam que o Benfica escolhia gente com mais envergadura e eu era um miúdo fisicamente não tão forte.
“Havia treinos de captações [no Sporting] e fui aí provar a minha sorte. Estive lá um mês a treinar, mas para um miúdo de 12 anos era uma loucura. Eu vivia do outro lado do rio, tinha de apanhar transportes públicos até ao barco, depois o barco, depois outro transporte público para chegar ao treino. Isso tudo às 6 da tarde e voltava às 11 da noite“, refletiu o ex-jogador.
Ele continuou: “Chegou um momento em que não podia mais. Fui ao treinador e disse ‘mister, diga-me algo. Estou nisto há um mês’. No final disse para falar com o diretor. Ele disse que ficava lá, pagavam-me o passe dos transportes e podia comer no centro em que ficam os jovens que são de fora. E assim comecei com 12 anos.”
“É um campeonato que te permite crescer como jogador”
Por fim, no capítulo da formação, Luís Figo mencionou o seu pai: “O meu pai era benfiquista, mas depois, por todos os motivos, mudou de clube. Mas não era muito de seguir-me. Não é como agora, que levam os filhos aos treinos, aos jogos. Na minha época tinha era de sobreviver“, finalizou.
Foi então que ele analisou o campeonato português: “Logicamente, não está a competir com espanhol ou com o inglês, mas produz muitos talentos. Os clubes não podem competir financeiramente com as grandes potencias e tens de apostar na formação. É um campeonato que te permite crescer como jogador, que permite mostrares-te quando não és ainda muito conhecido na Europa.”