O Corinthians pode enfrentar dificuldades com sua patrocinadora máster, a Esportes da Sorte, após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro André Mendonça determinou, nesta quinta-feira (2), a suspensão das operações nacionais de casas de apostas que possuem licença apenas da Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro) ou do governo estadual. A decisão afeta diretamente a empresa, que opera com autorização estadual desde 2022.
Esportes da Sorte fora da lista de casas autorizadas
Nesta terça-feira (31), o Ministério da Fazenda divulgou uma lista das casas de apostas regularizadas no Brasil, válida a partir de janeiro. A Esportes da Sorte não foi incluída, o que gerou dúvidas sobre a continuidade de suas operações.
Apesar disso, a empresa informou que sua licença estadual, válida por cinco anos, ainda a permite atuar e afirmou que desconhece qualquer alteração formal em sua situação.
Segundo a decisão do STF, a Loterj deve limitar suas operações ao território do Rio de Janeiro e implementar ferramentas de geolocalização para restringir apostas de outros estados. Além disso, fica proibida de realizar novos atos sem autorização federal.
Impactos da decisão do STF no Corinthians e em outros clubes
A Esportes da Sorte é a principal patrocinadora do Corinthians desde julho deste ano, em um contrato de três anos avaliado em R$ 309 milhões. O acordo inclui bônus e metas que podem elevar o valor total. Parte do investimento foi utilizada para cobrir os salários de Memphis Depay, reforço de peso para o elenco, e para a compra definitiva do goleiro Hugo Souza.
Além do clube paulista, a empresa também patrocina Bahia, Ceará e Grêmio, todos na Série A do Campeonato Brasileiro. Outra casa de apostas, a Pixbet, que apoia o Flamengo, enfrenta situação semelhante devido à falta de regulamentação federal.
Regulamentação do Mercado de Apostas
Atualmente, 66 empresas têm autorização definitiva para operar no mercado de apostas no Brasil, enquanto outras 52 receberam uma licença provisória, com prazo de 30 dias para regularizar pendências. A análise final do Ministério da Fazenda deve ser concluída em até 150 dias após o recebimento da documentação inicial.
No caso do Corinthians, um eventual rompimento do contrato poderia causar impacto financeiro significativo, especialmente após o clube ter sido pressionado pela CBF, em outubro, a alinhar seus patrocinadores às exigências nacionais. No entanto, a entidade concedeu prazo até o final do ano para regularização, permitindo que o clube mantenha seus contratos temporariamente.
Memphis Depay em campo pelo Corinthians contra o Racing em partida da Copa Sul-Americana. Salário do jogador é pago pela patrocinadora. Foto: Ettore Chiereguini/AGIF
O futuro da parceria entre o Timão e a Esportes da Sorte dependerá dos desdobramentos jurídicos e das ações tomadas pela empresa para atender às novas exigências do mercado nacional. Lembrando que a situação financeira do Corinthians é delicada e a atual patrocinadora está servindo de suporte para a manutenção do elenco e busca de novos reforços.
