Corinthians x Barcelona
Rodrigo Garro é dúvida para o Corinthians na Libertadores, já que não participou do treino desta terça-feira (11), última atividade antes da partida decisiva contra o Barcelona de Guayaquil. O jogador sofre de tendinopatia patelar no joelho direito, uma lesão crônica que exige cuidados específicos.
A Dra. Ana Paula Simões, ex-médica da Seleção Brasileira de Futebol Feminino, detalhou a condição do argentino. “É uma lesão por sobrecarga no tendão do joelho, muito comum no futebol por conta das mudanças de direção. Acontece por microtraumas repetitivos que excedem a capacidade de regeneração das fibras do tecido”, explicou a especialista.
Com a progressão da tendinopatia, o tendão sofre degeneração, tornando-se mais vulnerável a lesões graves. “Mesmo que o atleta se recupere, o joelho pode sofrer alterações estruturais, já que é feita uma cicatriz no tendão. O problema pode, sim, ter recorrência”, alertou a médica.

Garro ao lado dos campanheiros em confronto pelo Corinthians (Photo by Franklin Jacome/Getty Images)
Na última semana, após a classificação do Corinthians contra o Santos, Garro admitiu que tem atuado com dor. Segundo a especialista, entrar em campo sem estar 100% pode agravar ainda mais o quadro. “O problema de jogar com dor é descompensar as outras estruturas. Isso pode levar a uma fissura e, em casos mais graves, até a uma rotura total, o que exigiria cirurgia”, disse.
Problema não tem cura
O tratamento da lesão envolve controle de carga e fortalecimento dos tendões. A médica destacou que o gerenciamento de treinos e exercícios específicos pode minimizar o desconforto e reduzir o risco de novas complicações. “É necessário ajustar a intensidade e o volume de treinos, além de focar na regeneração dos tendões para melhorar a resistência e aliviar as dores.”

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A recuperação total de Garro é imprevisível e depende de vários fatores, como genética, alimentação e adesão ao tratamento. “Se o atleta tem adesão ao tratamento, pode levar de seis a oito semanas, mas se for mais avançado, pode demorar de três a seis meses. Tudo depende da sobrecarga no joelho”, afirmou Ana Paula.
Por ser uma lesão relacionada ao esforço repetitivo, a tendinopatia patelar não tem cura definitiva. “Todo o processo inflamatório vai e volta. Tem como evitar que ele retorne com fortalecimento e controle de carga, mas o risco sempre existe”, explicou a especialista.
O que Garro deve fazer?
Para minimizar as chances de recaída, a médica recomenda uma reabilitação intensiva e bem monitorada. “O mais importante é controlar a carga e fazer fisioterapia duas vezes ao dia, usando todos os recursos disponíveis para que o tendão retome sua força”, concluiu.